domingo, 3 de junho de 2012

Ronaldo e as 32 Primaveras

Acima, Ronaldinho é flagrado na rua: "Tá tudo normal;
 o pensamento é estar na Seleção
", assegurou  o craque.
Jurei aos meus doze seguidores do Twitter (agora já são catorze) que não mais falaria em Ronaldinho Gaúcho, e que o melhor que a torcida rubro-negra poderia fazer era simplesmente ser indiferente ao ex-atleta.

No entanto, ao estar aqui, dando a mão à palmatória, reconheço não ser possível ignorá-lo, haja vista a dimensão que seu futebol um dia alcançou. E ainda que o magnetismo e o carisma outrora vistos tenham simplesmente desaparecido junto com sua inspiração e espontaneidade, seria ludopedicamente condenável omitir os últimos acontecimentos.

Para não incorrer em meras suposições ou legítimos rancores, tomarei alguns fora-de-série como fio condutor deste artigo. E terei como referência o número 32 – a idade atual de Ronaldinho.

Vejamos os casos de Pelé, Zico, Romário e Ronaldo Nazário; estrelas de primeira grandeza; astros de brilho solar, tal qual o personagem desta notícia.

Em 1972, quando faria 32 anos de idade, Pelé disputou, segundo a Wikipédia, 110 partidas (oficiais e amistosas), marcando um total de 69 gols no período correspondente. O ano marcou ainda a data voluntariamente escolhida pelo Rei para se despedir da Seleção Brasileira, sendo ovacionado pela torcida paulista que lotava o Morumbi. Nos dois anos seguintes, marcaria ainda mais 104 gols pelo time da Vila famosa, encerrando a carreira jogando em alto nível, aos 34 anos de idade. Deu ainda três anos de lambuja para exibir-se e enriquecer no Cosmos-EUA, em Nova Iorque; mas isso não conta.

A título de comparação, dos 28 aos atuais 32 anos – a contar desde a estreia pelo Milan-ITA até a ruptura com o Fla – o astro gaúcho disputou um total de 150 partidas, marcando exíguos 48 gols (e não adianta que não vou me dar ao trabalho de pesquisar quantos foram de pênalti).

Passemos ao Galo, quem teve o dissabor de conhecer o inferno justamente aos 32. O ano era 1985, e Zico acabava de ser resgatado pelo Fla, no chamado “Projeto Zico”: uma engendração financeira ousada que possibilitou a custosa volta do filho pródigo à Gávea, numa época em que a moeda nacional não apitava nada.

Poucos meses depois, no entanto, o Galinho sofreria a mais grave contusão de sua carreira por conta do gesto gracioso de um “colega de profissão”. No ocorrido, o zagueiro banguense Márcio Nunes, “receando a conhecida maldade de Zico” (conforme declararia), entrou com uma bela voadora nos joelhos da joia rubro-negra.

Quatro anos e três cirurgias depois, Zico encerraria a carreira tendo comandado o Flamengo Campeão Brasileiro de 87, bem como sendo o líder da Seleção Brasileira durante as eliminatórias de 85, ocorrendo o mesmo na Copa do México (quando, todos sabem, ele só participou a pedido de Telê), com seu protagonismo indiscutível. Bastava Zico aparecer na lateral, se aquecendo para entrar, para a torcida mexicana vir abaixo.

Em resumo, mesmo com o joelho arrebentado, num tempo em que a medicina esportiva engatinhava, foi sempre um jogador temido e respeitado por adversários e torcedores, além de idolatrado pela torcida. Depois, seguiu os passos do Rei e foi fazer do futebol uma língua reconhecida em terras estrangeiras; foi quando se tornou imperador no Japão, mas isso também não conta.

Temos também o caso de Romário, quem arcou com um alto custo por querer fazer os tais mil gols, maculando um pouco o fim da carreira, quando já contava 42 anos de idade. Uma década antes, porém, quando completou o suficiente para constar nesta resenha, o Baixinho ainda aterrorizava geral.

Basta lembrar que, após os 32 anos de idade, Romário fez mais de 400 gols, ganhou inúmeros títulos e disputou inúmeras artilharias. Em tempo: só não disputou as Copas de 98 e de 2002 porque é, como sabemos, um bad-boy. Fosse mais esperto do que se acha, e tivesse se cuidado um pouco mais no quesito extracampo, é certo que seus números seriam maiores e mais grandiosos do que já são.

E de Ronaldo Nazário, o que se pode dizer? Talvez não seja necessário se lembrar do cara que pintou na Gávea, em meados de 2008, egresso do Milan, ostentado um cabelo bizarro, uma pança cômica e dois joelhos bichados - época em que tinha acabado de alcançar sua 32ª Primavera.

O Fenômeno não teve a despedida dos sonhos que Pelé teve; nem na Seleção, nem no Timão. Tampouco voltou ao time canarinho, ou a disputar mais uma Copa do Mundo, muito menos como protagonista, como fez Zico. E sequer balançou as redes, enfurecidamente, como o “Peixe” Romário. Nada disso!

Ainda assim, fez o que todo mundo já sabe: encantou os adoradores de Ludopedhya durante os dois anos seguintes, conquistando títulos e dando aos que não o tinham visto de perto, a chance de ver uma lenda em campo. Quando jogou a toalha, as 34 anos, o Fofômeno não precisava mais provar nada a ninguém: adentrou o Olimpo, sentou-se em sua poltrona de nuvens e está lá, curtindo os louros de sua bem-aventurada carreira.

Mas...

... e  Ronaldinho Gaúcho?

Ronaldinho, conforme o texto inaugural desse blog (leia "O Rei está Nu), esteve ali, na condição de um semideus, mas não entendeu o recado das massas.

Hoje, de acordo com pesquisa veiculada no “Esporte Espetacular” (o matinal dominical esportivo da TV Globo), nenhuma torcida brasileira o quer. Os índices variam quanto à rejeição – maior, como a da amargurada torcida gremista (88%), ou menor, como a carente torcida palmeirense (51%) -, mas não quanto à opinião do torcedor que, em todos os casos, ultrapassa os 50% de rejeição. Mesmo aqueles que torcem para times de menor prestígio nacional, como o do Figueirense ou o do Atlético Goianiense, estes também rejeitaram enfaticamente a presença do ex-melhor do mundo em suas equipes.

Se eu fosse o Ronaldinho, pedia o boné e ia fazer companhia às focas de algum parque temático em Miami. Como no caso do poeta, Ronaldo, seu tempo é outro. Acabou.


foto de João Sassi
Rodoviária-DF


25 comentários:

  1. Não sei se ninguém comentou mesmo ou se vc simplesmente moderou. Só digo o seguinte: dor de cotovelo, na sua idade, é lamentável. Chora na cama suas lagrimas rancorosas. Eu já o fiz um dia. Pois veja só: o q jogou este rapaz R10, em termos de performance, habilidade, disposição física, e o q ganhou de títulos q seu marido Zico nem sonhou ganhar não poderia junca ser ignorado. Tudo bem, foi outra época, a exposição de um craque como Z10 teria sido até maior do foi se fosse vivo nos campos ainda hj. Mas aí entra Pelé, q não teve internet e um decimo da mídia q teve Z10 e te da um drible desconcertante. Por q vc não menciona q aquele clube da maior torcida - criada por Irineu Marinho - não tem a gente mafiosa competente para administrar seus negócios como tem por exemplo o Corinthians de hj? Cagaram no pau e muito, e podem ter tirado passaporte e visto pra segundona 2013 com essa farra de pão e circo, reflexo das suas debilidades mentais, manias de grandeza e complexos de inferioridade. Ora pois, vc anuncia seu próprio post no seu antro global e apenas para ajudar a denegrir a imagem deste cabeça-oca R10 q em termos de talento nato para o esporte jogou muito mais bola do q Pelé, Maradona, Zico, Messi, Romário e quem quer q tenha feito até mais sucesso do q ele na carreira. Acho q foi vc flamengo quem entendeu errado, ignorou os sinais de que o fim esta próximo para ele, e agora não assume sua parte de culpa. Típico flamengo. E mais uma coisa: escrever tecnicamente bem não faz de ninguém uma pessoa de opinião verdadeiramente relevante. Tá dodói? Daqui a pouco passa com a chegada de mais um ex-atleta Salvador da pátria, ou "naSSão", como queira. Valeu. Rogerio

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    1. Vc é um bosta assim como seu comentário ridículo! Jogador bom é aquele q faz algo de importante para seu clube, e Zico o fez pelo Flamengo. R10 ganhou titulos, pelo barça mas e daí? A copa de 2002 foi vencido por rivaldo, R9 e Felipão. R10 não alterou o resultado daquela copa. Chega de dar valor a estes ex atletas em atividade!

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    2. Grande Rogério!

      Fico grato pelo seu empenho em contribuir e se fazer ouvir neste B.F.C. Meu intento, aliás, passa ao largo de querer ser um blog eminentemente rubro-negro, mas um espaço onde pessoas de toda sorte - até mesmo como você! - podem participar para discutir o futebol e suas nuances.

      Se queres defender o Gaúcho que, de fato foi um semi-deus (do contrário não mereceria 50% dos meus posts até então), então crie seu próprio espaço, Rogério. Dou a maior força.

      Agora, só não queira moldar o mundo à sua feição pela força ou pela gritaria. Convença aos demais leitores de seu ponto de vista; seja persuasivo, amigo.

      Um abraço deste D.T.

      Ps: Você se interessou em ler "O Rei está Nu", logo abaixo? Pois leia e veja o quanto respeito R10.

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  2. roger nao entendo vc tem algum problema?
    como pode dizer que R10 melhor que Zico e Pele lol cara acorda e sai de seu mundinho se achando a voz da verdade como pode ser assim, e ainda vim falar de Flamengo se retire com sua insignificância, arco-ires, é pimenta nos olhos dos outros é refresco, da ate pena de pessoas como vc.

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    1. Concordo com sua visão, AssamitA, é tudo uma questão de olhar holisticamente para a situação. Mas o olhar da sociedade é cada vez mais superficial e limitado, tomando o todo pela parte que mais lhe apetece.

      Valeu o apoio moral!

      El D.T.

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  3. Este Roger é o típico torcedor que não tem ídolo e vive a vida em 80% falar mal do Flamengo e 20% torcer ou cornetar o próprio time.

    Mais um exemplo que o Flamengo é imenso, e todos se preocupam.

    Como disse Nelson Rodrigues (Tricolor) :

    "Por onde vai, o Rubro-Negro arrasta multidões fanatizadas. Há quem morra com o seu nome gravado no coração, a ponta de canivete. O Flamengo tornou-se uma força da natureza e, repito, o Flamengo venta, chove, troveja, relampeja."

    "Cada brasileiro, vivo ou morto já foi Flamengo por um instante, por um dia."

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    1. De fuder essa do Nelson, Danilo; é de arrepiar até quem não é rubro-negro.

      Tem muita gente que vive para falar mal deste ou daquele time. Frustrados?

      Abraço,

      El D.T.

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  4. A aprendizagem necessita de uma dose de experiência. O Flamengo está tendo uma excelente oportunidade de aprender que só sendo profissional poderá ser um negócio viável nos dias de hoje. Fazer negócio por paixão na maioria das vezes gera grandes prejuízos. A paixão deve ficar para nós, torcedores. Nós amamos e odiamos ao sabor dos gols e pontos que nosso time acumula. Negócio se pauta em investimento e resultados. O Ronaldinho foi um grande jogador, como Ronaldo Nazário, Romário, Falcão e muitos outros. Se um time acredita que investir num grande ex-jogador é um negócio rentável, vamos contratar o Pelé que dentre os ex foi o melhor.

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    1. Eduardo, seu comentário é mais sensato que o meu texto! Paixão é para torcedor, e o nosso investimento é a emoção. Cabe aos dirigentes o papel de administrador para lidar com o mundo real, dosando o quanto investir, e como investir o $$$ que, afinal, é fruto da nossa paixão. Queremos retorno!

      Quanto à contratação do Rei, essa é mole! Ele até já vestiu o Manto que, por sinal, lhe caiu muito bem...

      Abraço e boa semana,

      El D.T.

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  5. Exatamente Danilo.
    Roger acha que é informado. Como é que o camarada abre a boca pra afirmar que a culpa é do FLAMENGO no caso R "-10"?! Maluco!!! Não sabe dos bastidores, o quanto R "-10" aprontou; o quanto dividiu o grupo. R "-10" ou "R 0" ou ainda "Erro 10" foi a maior merda na história do FLAMENGO. Esse ex-jogador em atividade não respeita colegas de trabalho, não respeita torcedor não respeita o futebol.

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    1. É verdade, Mikla, a questão todo passa pelo respeito, e R10 se mostrou um cara desestruturado e totalmente sem noção da realidade. Pelas raras entrevistas, vê-se um cara que não fala a verdade, mas sim o que seus advogados e empresários mandam. Muito triste...

      Seja bem-vindo!

      El D.T.

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  6. João,

    A foto mostra tudo e o texto completa.

    Fica de negativo, o comentário do Arco-irista Roger, mas positivo pela liberdade que a Democracia dá a esses pequenos torcedores de times médios.

    Saudações

    @Papo_de_Cozinha

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    1. Concordo plenamente, Geraldo, afinal, como afirmou o leitor Eduardo Santos, pouco acima, "a aprendizagem necessita de uma dose de experiência"; espero que o tricolor capte nossa mensagem... E lembremos que dissabores assim também nos fazem crescer!

      Dei uma passada "en passant" no Papo de Cozinha e me agradou a apresentação, as temáticas abordadas e tal, mas confesso que ainda não li. Prometo voltar para dar uma sacada com mais calma.

      Abraço deste D.T.

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    2. E experiência nada mais é do que o resultado das cagadas que fazemos na vida.

      Quanto ao blog, valeu pela força.

      Sim, é uma coletânea de verdades, "causos", histórias, besteiras e outras "cositas mas". Tem para quase todos os gostos.

      Apareça lá.

      Abraço

      @Papo_de_Cozinha

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  7. Muito boa a postagem! Quanto ao comentário do Roger, infelizmente não são todos os torcedores que têm sensatez para observar a realidade.
    Ronaldinho é um grande talento ainda, mas ao meu ver boa parte de seus exageros e desencontros se deve à sua acessoria: Pateta, Quico, Canabrava e companhia. Esse cara poderia dar muita alegria, caso tivesse profissionais ao seu lado, pessoas de boa fé, e não alcoólatras como o irmão barraqueiro. Caso ninguém saiba, o mesmo também ajudou a estragar sua trajetória no Milan.

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    1. Obrigado, Carlos!

      De fato, as más companhias são cruciais. Mas no caso do Assis, eu agia daquela forma contumaz, estilo "com o meu time vai ser diferente". O texto inicial deste B.F.C. ("O Rei está Nu") fala disso; de como o cara teve uma chance áurea e a desperdiçou, tendo Assis como conselheiro, por assim dizer.

      Agora está lá, no Galo, despertando nas torcidas dos times brasileiros toda sorte de sentimentos, contraditórios entre si.

      Enfim, desejo que Ronaldinho tenha um fim de carreira digno, que desperte para a triste realidade que todo o Brasil já vê, há tempos, e que se dê ao respeito, ora pois!

      Afinal, se ele voltasse a ser genial, quem ganharia seria a Seleção.

      Abração,

      El D.T.

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  8. João,

    belo texto.

    Minha opinião sobre R10 é que infelizmente de um ponto de sua carreira para cá ele simplesmente não joga mais com a mesma vontade de outrora. E a verdade é que ele já não ficou no
    Barcelona por que já tinha alguns problemas, assim foi no Milan e agora no Flamengo.

    O Flamengo também tem sua parcela de culpa, e muito. Mas a falta de profissionalismo é de ambas as partes. Se não estava recebendo o acordado que terminasse com isso muito antes. Chegar bebado, faltar treino, faltar jogo.... isso não ser profissional. Ele tem seus direito, mas isso não o insenta de se manter profissional.

    Aproveito para propor uma parceria entre nossos blogs. Simples, troca de links e de seguidor. Aconselho a criar uma lista de blogs parceiros, isso ajuda muito a divulgar o blog. Já estou como seu seguidor e o e já esta linkado lá no blog.

    Um abraço e sucesso.

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.clebersoares.blogspot.com

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    1. Concordo, Cleber, que esse rendimento já se detectava no Barça. Mas seria desumano imaginar que Ronaldinho fosse cair tanto de produção. Falta-lhe gana para jogar e mesmo bom senso para enxergar o absurdo em que se transformou sua carreira.

      Há 6 anos esse cara não joga ou se dedica como aquele que um dia fez Maradona se derreter, virar fã declarado do futebol brasileiro. Ronaldinho não tinha o direito de se entregar à putaria de modo tão irresponsável e, por que não, desrespeitoso para com aqueles que o idolatravam - eu incluso.

      Quem viu R10 jogar o que jogou, nunca poderá se contentar com essa performance medíocre com a qual ele se acostumou a nos brindar.

      A atitude de capanga do irmão, na loja, então, que vergonha!

      Visitei seu blog e achei-o interessante pelos textos curtos que dão agilidade à leitura.

      Vou decidir em relação à parceria proposta e já entro em contato!

      Um abraço,

      El D.T.

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  9. O que tenho a dizer vai um pouco na linha do comentário de Cleber Soares. Ronaldinho Gaúcho (Convenhamos que o termo R10 é o cúmulo do marquetingue sem noção - só serve mesmo para economizar espaço ao teclarmos) foi títular na seleção e campeão mundial com 22 anos de idade, idade com que muitos craques ainda nem estouraram em seus times de origem. Pelé foi campeão com 17 e ainda foi buscar mais dois títulos mundiais, argumentarão alguns. Mas Pelé só teve um e não vai ter outro - é, por mais que eu não goste dessa expressão, a exceção que confirma a regra.

    Com 25 anos, Ronalidinho Gaúcho já brilhara no Barcelona, tendo sido duas vezes eleito o melhor do mundo pela FIFA. Não são poucas conquistas. Mas estas aparentemente tiveram o dom de desmotivá-lo para ir mais adiante. Ronaldo de Assis Moreira parou ali, não quis "morrer" tentando" um título não conquistado (o mundial interclubes"), como Zico "morreu" bravamente buscando uma copa do mundo. Passou a jogar para "se divertir" (tradução escrota, porque limitada, de "have fun", que jogadores e jornalistas preguiçosos passaram a utilizar de uns anos para cá). Só que a diversão acabou. E agora, José? Rola o boato de que ele topou jogar no Atlético MG por 20% do que o Flamengo pagava de salário. Aguardemos o próximo capítulo.

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    1. Márcio,

      Seus argumentos reforçam a expectativa geral que se tinha em relação a ele. Quando ele fez 26 anos, em março de 2006 (portanto, antes do início de seu declínio), o "Mundo Deportivo", diário da Cataluña, estampou uma capa de agradecimento ao então excepcional craque: "26 razões para agradecer e dizer parabéns", onde listava uma série de conquistas e objetivos alcançados pelo Barça desde a chegada de Ronaldinho ao Camp Nou. Um time que não tinha muita visibilidade passou a ser o centro; tratado como potência novamente.

      O que se deu de lá pra cá é que é um mistéééério. Você fala em falta de motivação; eu concordo. A pergunta é: por quê? O que o desmotivou? O que faz um cara de 26 anos simplesmente entrar em pane? Desde a Copa de 2006 que a gente não pode gritar o nome dele com orgulho, que a gente não pode comemorar uma atuação de gala com a camisa canarinho, que não vemos uma sequência digna de um fora de série.

      Por fim, Erre Dez é puro marketing, mas nos poupa do sacrifício algo masoquista de se digitar seu extenso nome no diminutivo; algo que expressa a cultura intimista e carinhosa do brasileiro - e não é isso que queremos. Se ele quer ser tratado como peça publicitária, então R10 é uma bela homenagem.

      Grande abraço,

      El D.T.

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  10. Gostaria de elogiá-lo pelo belo texto. Não preciso concordar com tudo para entender a sua visão sobre o assunto, para mim basta ver o nível de realidade empregado para a escrita que, ao meu ver, está de ótimo tamanho!

    Sou corinthiano, dos fanáticos, e vivi o caso Ronaldo, onde para mim deveria ter parado em 2009. Mas não porque desrespeitava o clube, mas porquê desrespeitava a si próprio. Mas mesmo assim o seu carisma era incrível, a ponto de outras torcidas assistirem a jogos do Corinthians (!!!), feito quase impossível rsrs.

    O caso do Ronaldinho é lamentável. Resumo assim. Tinha tudo para ser ótimo para qualquer clube. Mas ele demonstrou ser uma pessoa sem personalidade. Daqueles que quando mexem com ele na escola chamava o irmão mais velho para ir brigar por ele. E que o irmão mais velho ainda arregava mais do que batia.

    E pra finalizar, espero, de verdade, mesmo não sendo santista, que o Neymar não se transforme "nisso" Pois vendo como se comporta em situações adversas, como em jogos como foi contra o México, fica a imagem de um jogador mimado e feito pela mídia, assim como o Ronaldinho Gaúcho.

    Abraços e parabéns pelo blog!

    OBs.: (vim porque vi teu comentário no Pombo Sem Asa!)

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    1. Juliano, acho que você tocou num ponto fundamental: o carisma.

      O que Ronaldo tem (ou tinha), falta em Ronaldinho. De fato, a atmosfera era outra quando o Fenômeno estava presente; era um delírio coletivo, compartilhado entre todas as torcidas.

      Você está certo: todo mundo queria assistir aos jogos do Timão! Era casa cheia o tempo todo, mesmo com ingressos a preços inflacionados. Já R10, em pouco tempo passou a se apresentar para públicos bem menos expressivos, com plateias bem menos calorosas, e por quê? Primeiro porque não rendia, e segundo porque não se sentia mais a magia que um dia ele pareceu possuir. É muito doído ao torcedor admitir que um ídolo como ele apenas não encanta mais; não faz acontecer. Chega a dar pena.

      E pensar que ele chegou ao Brasil em melhor estado e condição física que qualquer outro... Que desperdício!

      Em relação ao Neymar, é perigoso achar que ele já está em condições de liderar alguma coisa. Lembremos que Pelé, em 58 e nas demais Copas ganhas, jamais foi uma estrela solitária, senão o contrário; era uma dentre tantas outras, ainda que maior. Como flamenguista torço para Neymar se manter compenetrado em sua carreira.

      Seja bem-vindo, Juliano, e traga o bando de loucos para a baderna!

      Um abraço,

      El D.T.

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  11. Olá, boa tarde, muito bacana o blog! Já me tornei seguidor e curti a página no facebook.

    Podemos trocar links, como parceria?
    Aproveito e convido a tornar-se seguidor do FuteB.R.O.N.C.A.!, bem como curtir nossa página também no facebook.

    Fico no aguardo. Contato pelo email blog@futebronca@gmail.com

    Saudações
    Luiz Fernando Vétere
    Blog FuteB.R.O.N.C.A.!

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